Lisandra (frente, à esquerda) ao lado de Angélica (vice-presidente), Eliane (tesoureira) e Marianne (secretária-geral, ao fundo)
Lisandra Dornelles / Arquivo Pessoal
Pela primeira vez na história, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande Sul (CRMV) será comandado por uma mulher. A veterinária Lisandra Dornelles, 42 anos, foi eleita presidente na última semana, no segundo turno de votação igualmente histórica - de forma inédita, foi possível votar pela internet. A chapa 2 Renovação, Transparência e Participação obteve 3.531 votos. A chapa 1 ficou com 3.405 votos.
Ao seu lado, na diretoria, Lisandra terá a zootecnista Angélica Pinho (vice-presidente), e as veterinárias Eliane Goepfert (tesoureira) e Marianne Lamberts (secretária-geral). A nova presidente, que deve tomar posse nesta semana, conversou com a coluna sobre temas que devem pautar a gestão nos próximos três anos. Confira alguns dos tópicos.
"Quando o presidente foi destituído, resolvemos montar um grupo para discutir um pouco a questão. E acabamos resolvendo formar uma chapa. Começamos com cerca de cem pessoas, e as propostas foram surgindo dali. Com gente de várias áreas, para descentralizar o conselho. Desse grupo, foram surgindo vários outros, mais específicos, para discutir problemas e sugerir soluções. Nossa ideia é levar a gestão dessa forma. Todo grupo inicial de apoiadores, a gente considera como se fosse da nominata, discutimos tudo em grupo, em conjunto."
"O tema da saúde pública é o principal. A Medicina Veterinária e a Zootecnia têm um papel super importante. Queremos inserir mais o profissional no SUS, na profilaxia das zoonoses, com equipes multidisciplinares. Vamos ter campanhas, divulgar o papel do veterinário. Por trás de quase tudo que comemos, tem o trabalho dele."
"São quatro mulheres em cargos da diretoria, mas isso não ocorreu de forma proposital. Estão nos chamando de 'As Lulus', mas foi uma coincidência."
"Complica um pouco para o profissional e para a liberdade dele a inspeção privada. Achamos que engessa um pouco e que há um conflito de interesse. Como ele vai condenar algum produto se é a própria indústria que paga sua remuneração?"
"Queremos diminuir um pouco a burocracia. E temos de dar uma modernizada no conselho. Mudar o enfoque da fiscalização. Não adianta só punir, multar. Queremos fazer uma fiscalização que oriente, proporcionar cursos de atualização. Outro assunto importante é a questão do charlatanismo, que é bastante preocupante e de interesse de toda população."